Redução de Passivos Trabalhistas e a Utilização de Ferramentas Tecnológicas
Artigos · 20/02/2025
O passivo trabalhista representa um dos principais desafios para as empresas no Brasil, devido ao impacto financeiro, à reputação e aos esforços administrativos necessários para lidar com processos judiciais. Para mitigar esses passivos, é essencial ir além das soluções pontuais – que é o procedimento de defesa judicial, e adotar uma estratégia focada na identificação e ataque às causas raízes destes processos, utilizando plataformas tecnológicas de acompanhamento processual como soluções eficazes para reduzir esses passivos e prevenção de novos litígios
A reforma trabalhista de 2017, com a introdução dos honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho, ajudou, mesmo não havendo grande variação no número de ações, a reduzir a quantidade de pedidos por ações e, consequentemente, os valores pagos nos processos.
Contudo, com a decisão do STF, em outubro de 2021, que suspendeu a cobrança de honorários de sucumbência nas demandas trabalhistas, passamos a ver um aumento gradual no número de ações, bem como o montante total dos pedidos. Isso acabou por aumentar, anualmente, os valores pagos em ações trabalhistas.
Até 2021, tanto o número de ações como os valores pagos em ações trabalhistas mostravam pouca variação. Após a decisão do STF, tanto o número de novas ações, quanto os valores pagos, tiveram uma variação positiva muito maior. O quadro abaixo demonstra exatamente essa situação.
Em paralelo a esse cenário, com a evolução da tecnologia, algumas plataformas de acompanhamento processual tornaram-se ferramentas indispensáveis para a gestão dos passivos trabalhistas. Mais do que apenas monitorar o andamento dos processos, essas plataformas oferecem recursos avançados para identificar padrões e causas raízes das demandas, permitindo uma atuação estratégica e preventiva.
Essas plataformas reúnem, em um único ambiente, todos os processos judiciais e administrativos da empresa, facilitando a análise e a tomada de decisões. Por meio de relatórios e análise de dados, as plataformas identificam padrões nas demandas judiciais, apontando as áreas da empresa mais suscetíveis a litígios. Além disso, oferecem relatórios detalhados sobre custo médio por processo, tempo de duração, valores envolvidos e percentual de êxito em cada etapa e para cada um dos pedidos feitos pelos reclamantes.
Essa integração de análises qualitativas e quantitativas permite que a empresa identifique práticas internas que originam ações trabalhistas, como jornadas excessivas ou descumprimento de normas de segurança, bem como monitore setores ou lideranças mais suscetíveis a reclamações trabalhistas, estabelecendo planos de ação direcionados para corrigir falhas estruturais e de comportamento organizacional.
Assim, investir em tecnologia e compliance trabalhista não é apenas uma forma de reduzir custos com litígios, mas também de fortalecer a cultura organizacional e a reputação da empresa no mercado. Ao transformar passivos trabalhistas em aprendizado e melhorias contínuas, as organizações se posicionam de forma mais competitiva e sustentável em um ambiente empresarial cada vez mais desafiador.